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Conheça a Azú, uma curadoria pensada para exaltar a força da arte popular

O que há por trás da arte popular? O desejo de desvendar as histórias, os artesãos e seus materiais, uniram as arquitetas Cicília Abath e Maria Eugênia Cirne (Gegê). Assim surgiu a Azú, uma preciosa curadoria que vem sendo garimpada através de incursões em ateliês de mestres populares de todo o Brasil. 

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As arquitetas Cicília Abath e Maria Eugênia Cirne (Gegê) que criaram a Azú (Foto: Felipe Bezerra).

Muitos mestres e artesãos continuam anônimos e suas obras são de uma riqueza ímpar. A ideia é fazer a ponte entre eles e o público, apresentando não só as peças, mas de onde vieram, o imaginário e a vivência de quem as faz. “É tudo tão lindo, que logo no início queríamos pra gente, porque amamos a arte popular. E assim também começou a ideia da venda, porque nossa casa não tem nem mais espaço. Queríamos dividir isso com as pessoas, para que tomassem ciência da arte popular”, disse Gegê.

As expedições

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As expedições tem como objetivo revelar artesãos que criam a arte popular (Foto: acervo da Azú).

É muita história para contar, uma por vez. Esse é o caminho encontrado pelas arquitetas, mergulhar em territórios da arte popular e ir trazendo à tona as experiências vividas junto aos artesãos e suas criações. “Janete Costa é nossa inspiração desde o tempo da faculdade. Queríamos fazer viagens, conhecer as pessoas, contar as histórias e trazer as peças para outros terem acesso. A ideia inicial era uma loja física. Não tínhamos nome, nem site ainda. E na primeira expedição que fizemos para a Ilha do Ferro, encontramos cores predominantes como o vermelho, amarelo e muito azul, o céu forte com um azul diferenciado e assim, surgiu a nossa marca, a Azú “, conta a arquiteta Cicília.

A cada expedição, elas trazem em média 50 peças do local visitado. Já foram à Ilha do Ferro (AL) e ao Crato (CE). As próximas estão mapeadas pelos interiores de Pernambuco e Paraíba. 

Ilha do Ferro, Alagoas

A primeira expedição foi na Ilha do Ferro, povoado situado às margens do Rio São Francisco, que é conhecido por ser um celeiro de grandes artistas. O imaginário lúdico da Ilha vem ganhando cada vez mais destaque na arte popular brasileira. 

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Os bancos da Ilha do Ferro destacam o trabalho manual dos moradores locais(Foto: acervo Azú).

Os artesãos do local são famosos por conseguirem transformar raízes de madeira em cadeiras, esculturas de pássaros, lagartos e mais uma grande variedade de obras. Com traços fortes, as peças de barro, madeira e cerâmica não perdem a delicadeza e exaltam a cultura e a arte nacional.

“Em todas as casas, alguém trabalha com alguma manualidade. É um local mágico!  Batemos de porta em porta e conhecemos as pessoas e suas histórias. Por lá, o tempo passa mais devagar. Nos apaixonamos pela arte e pelas pessoas por trás das peças. Encontramos muitos banquinhos com suas bases de troncos e raízes, e também um mundo de opções ainda mais amplo. São pessoas acolhedoras que fazem com muito amor o seu trabalho”, revelam as arquitetas. 

Crato, Juazeiro do Norte 

A segunda expedição aconteceu no Crato, terra natal da arquiteta Cicília. Terra que acolhe romeiros de todo o país, que caminham até os seus pés do santuário do Padre Cícero para agradecerem as preces atendidas. Eis uma cultura forte, a dos ex-votos, que é quando o fiel deposita um símbolo da graça alcançada. São quadros, cartas, fotografias e figuras esculpidas em madeira ou cera, que representam a enfermidade ou partes do corpo humano que foram curados. 

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Em Juazeiro do Norte, os ex-votos, a natureza e o reisado se destacam na produção dos artesãos (Foto: acervo Azú).

“Por lá, dividimos a arte em três categorias. A Natureza com seus pássaros, calangos e cactos, bem lúdicos e coloridos. O Reisado, que é o lado folclórico, onde personagem como o Mateus se destaca. E a parte dos ex-votos, que encantam com a sua delicadeza e força ao mesmo tempo”, revela Gegê.

A arte popular na arquitetura de interiores 

Foram muitos anos até que o trabalho de Janete Costa ganhasse forma e força. A arte popular foi reconhecida graças ao seu olhar único e a partir disso, pouco a pouco ela foi elevando essa arte e fazendo com que públicos mais exigentes passassem a valorizar e aceitar a riqueza, pluralidade e identidade que a arte popular carrega. Em seus projetos, o popular e o erudito andam de mãos dadas. É possível harmonizar estilos diferentes, desde que tenham conexão com quem desfruta do ambiente.

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A arte popular presente na arquitetura de interiores (Foto: acervo Azú).

“A arquitetura de interiores que sempre fui apaixonada é essa que conta histórias. É essa a arquitetura que eu acredito, que Gegê acredita. Foi por isso que nos unimos. Em todo projeto tento apresentar e explicar para o cliente quem é o artesão, e a aceitação tem sido muito grande. Quando eles conhecem essas histórias, entendem como aquela madeira foi talhada, aquele barro foi moldado, sentem muito mais afinidade com a arte popular. E ficam até com vontade de ir conhecer os artesãos”, destaca Cicília. 

Onde encontrar a curadoria da Azú? 

Tudo começa pelo virtual. É através do instagram @somos.azu que as Azú abre as expedições e vai contando as experiências vividas, apresenta a curadoria e comercializa as peças. 

Até dezembro, parte das peças podem ser conferidas na Casa Viva, loja pop up que celebra o design manual de diversas cidades brasileiras.

“Conheci as arquitetas em meados de 2015, quando elas tinham outro projeto incrível, onde garimpavam móveis antigos e repaginavam. Elas já tinham esse olhar cuidadoso. Quando eu tomei conhecimento da Azú, da curadoria que elas começaram a fazer pelo interior do nordeste em busca de artesãos anônimos ou famosos para estarem trazendo para as pessoas essas peças, fiquei muito feliz. Porque nós temos muitas coisas boas, arte popular da melhor qualidade, mas que ainda falta ser vista com outro olhar, o de dar valor a nossa cultura e história que são passados de geração em geração. Então eu acho muito importante esse trabalho, como arquitetas que têm o poder de levar para as pessoas  em seus projetos, tentar passar para eles um pouco da nossa história”, conta Vivian Lima, idealizadora e curadora da Casa Viva.

Viva a arte popular! 

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As peças garimpadas agregam ainda mais valor a um ambiente (Foto: acervo Azú).

Ficou curioso? Quer conhecer a Azú? Você pode entrar em contato direto com com as arquitetas através da rede social da marca. Basta clicar aqui

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