DIVULGAÇÃO - Marcelo Silveira e Cristina Huggins em uma investigação sobre a memória

Marcelo Silveira e Cristina Huggins em uma investigação sobre a memória

O artista Marcelo Silveira e a pesquisadora Cristina Huggins lançaram esta semana, o livro “Ouvi dizer…” e organizaram uma mostra homônima na Torre Malakoff. A publicação marca a conclusão de uma sequência de projetos interligados que vêm sendo desenvolvidos pelos dois desde 2013. É uma documentação simbólica  de projetos anteriores (Você lembra da Escada da Felicidade? e Nomes), que têm como fio condutor a memória e que se relacionam com a comunidade do Alto do Cruzeiro, em Gravatá, onde Marcelo mantém um ateliê há mais de 30 anos.  Destaque para a capa dos livros, que foram feitas em um processo manual de encadernação, por um grupo de pessoas da região. A mostra que recebeu o mesmo nome do livro, fica em cartaz até 27 de maio, onde é apresentado um recorte do que foi produzido nos projetos citados. “A exposição seria o esqueleto e a vestimenta seria o livro”, revela Cristina Huggins.

DIVULGAÇÃO - Marcelo Silveira e Cristina Huggins em uma investigação sobre a memória
A publicação marca a conclusão de uma sequência de projetos interligados que vêm sendo desenvolvidos desde 2013 (Foto: divulgação).

Tudo começou com o projeto Escada da Felicidade. Esse trabalho tinha como objetivo reavivar a história da escadaria construída, em 1953, com o intuito de facilitar o acesso ao Alto do Cruzeiro, em Gravatá. Marcelo e Cristina ouviram moradores que haviam presenciado a construção da escadaria e outros que tiveram um contato mais recente com ela. A todos foi feita a mesma pergunta: “Você se lembra da Escada da Felicidade?”. A proposta era discutir a acessibilidade das pessoas ao patrimônio. A partir dessas respostas, eles produziram uma série de lambe-lambes que foram espalhados pela comunidade. Esses depoimentos os impulsionaram a dar seguimento ao trabalho agora com Nomes, que se iniciou ainda em 2014.  Nos  365 degraus da Escada da Felicidade, um nome grafado. Eram nomes de pessoas da cidade, pessoas “ilustres”, que haviam ajudado na construção da escadaria. “Me parece que esses nomes eram colocados por ordem de importância, os mais importantes como o do padre e o do prefeito, estavam lá no topo. Mas nossa questão era: que nomes são esses, que “ilustres” são esses que não frequentam a escada, que não usam a escada?”, questiona Marcelo Silveira.

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O artista Marcelo Silveira e a pesquisadora Cristina Huggins ( Foto:Bernardo Teshima ).

Eles voltaram a ouvir os moradores e  entender porque alguns amavam a escada e outros a detestavam. “A gente queria colocar o Alto do Cruzeiro no mapa. Ao longo da sua história não foi dada a devida importância ao local. Paulo Bruscky já havia feito uma performance, em 1979, intitulada Via Crucis, na qual ele subia a escadaria lendo nome por nome”, conta Marcelo.

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Fotos pessoais e documentais podem ser conferidos na expo (Foto: Bernardo Teshima).

A partir do material coletado,  discutiram como essas informações poderiam chegar ao público e decidiram por uma escultura constituída por caixas de madeira, inspiradas nos relicários. Quando aberta, cada uma das caixas exibe fotos pessoais e documentais, em sépia. Organizadas em conjunto, e observadas de cima, as caixas formam uma espécie de escada.

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A mostra que recebeu o mesmo nome do livro, fica em cartaz até 27 de maio (Foto: Bernardo Teshima ).

Após a temporada no Recife, a dupla pretende levar a mostra Ouvi dizer… a Gravatá.

 

Serviço:

Ouvi dizer…

Visitação da mostra, de 2 a 27 de maio de 2018.
Torre Malakoff
Praça do Arsenal, s/n – Recife-PE
Terça a sexta, das 10h às 17h.
Sábado, das15h às 18h. Domingo, das 15h às 19h.

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