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Denise Milan expõe na 33ª Bienal de São Paulo

Selecionada pelo curador geral Gabriel Pérez-Barreiro para apresentar um projeto individual na 33ª Bienal de São Paulo – Afinidades afetivas, Denise Milan participa da mostra com uma instalação inédita composta por pedras como cristais e ametistas.

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Instalação inédita leva pedras preciosas à Bienal de São Paulo (Foto: Thomas Susemihl)

Pedras, especialmente as de origem brasileira, constituem seu principal objeto de pesquisa artística desde 1986, quando a artista, que até então trabalhava com obras luminosas, interessou-se pelos cristais por sua qualidade condutora de luz. Milan deparou-se com a impossibilidade de intervir através de esculturas sobre os materiais, dada a perfeição de suas formas naturais. Ela, então, desenvolveu um processo criativo configurado pelo deslocamento desses materiais para contextos artísticos e expositivos e pela criação de narrativas visuais simbólicas acerca dos processos formativos das pedras e, por extensão, do planeta e tudo o que o constitui, inclusive os seres humanos.

O projeto da Bienal surge como uma ampliação da instalação com cristais Magma cristalino, de 2005, agora apresentada ao lado de geodos de ametista de diversos tamanhos, formados há mais de 220 milhões de anos e encontrados em cavernas brasileiras. Alguns deles, gigantes, foram selecionados pela artista por sua semelhança com figuras humanas, o que propicia ao espectador uma identificação, abrindo espaço para a inclusão dos seres humanos na narrativa do processo de criação da Terra abordada por Milan a partir de elementos minerais. “Esta instalação propõe uma cura de um olhar aprisionado, que encara a pedra apenas como um objeto de extrativismo e sem relação com o processo de formação do planeta. Com minha obra, proponho um deslocamento do que é precioso, porque preciosos somos nós. Na medida em que olharmos o processo e nos identificarmos como parte daquele todo, podemos entender a importância da participação de cada um de nós como um átomo na gestação do mundo”, afirma.

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Denise Milan apresenta ampliação da instalação com cristais Magma Cristalino, de 2005 (Foto: Thomas Susemihl)

Sobre a 33ª Bienal de São Paulo – Afinidades afetivas

Apontado pela Fundação Bienal de São Paulo para assumir a curadoria da 33ª Bienal de São Paulo – Afinidades afetivas por sua proposta de organizar o evento a partir de um “sistema operacional” alternativo, Gabriel Pérez-Barreiro concebe uma Bienal que privilegia o olhar dos artistas sobre seus próprios contextos criativos e evita a realização de uma grande exposição temática em favor de experiências curatoriais múltiplas.

Como indicado pelo título – inspirado pelo romance Afinidades eletivas (1809), de Johann Wolfgang von Goethe, e pela tese “Da natureza afetiva da forma na obra de arte” (1949), de Mário Pedrosa –, a 33ª Bienal de São Paulo pretende valorizar a experiência individual do espectador na apreciação das obras em vez de um recorte curatorial que condiciona uma compreensão pré-estabelecida. O título não serve como direcionamento temático para a exposição, mas caracteriza a forma de conceber a mostra a partir de vínculos, afinidades artísticas e culturais entre os artistas envolvidos.

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Afinidades Afetivas caracteriza a forma de conceber a mostra a partir de vínculos (Foto: Thomas Susemihl)

Com esse pano de fundo, a 33ª Bienal de São Paulo será composta pela soma de doze projetos individuais selecionados por Gabriel Pérez-Barreiro a sete mostras coletivas concebidas pelos artistas-curadores: Alejandro Cesarco (Uruguai/EUA, 1975); Antonio Ballester Moreno (Espanha, 1977); Claudia Fontes (Argentina, 1964); Mamma Andersson (Suécia, 1962); Sofia Borges (Brasil, 1984); Waltercio Caldas (Brasil, 1946) e Wura-Natasha Ogunji (EUA/Nigéria, 1970).

A seleção de Gabriel Pérez-Barreiro inclui uma série icônica de Siron Franco (Goiás Velho, Brasil, 1947); homenagens a três artistas falecidos: Aníbal López (Cidade da Guatemala, Guatemala, 1964 – 2014), Feliciano Centurión (Paraguai, 1962 – Argentina, 1996) e Lucia Nogueira (Brasil, 1950 – Reino Unido, 1998); além de projetos comissionados de oito artistas: Alejandro Corujeira (Argentina, 1961), Bruno Moreschi (Brasil, 1982), Denise Milan (Brasil, 1954), Luiza Crosman (Brasil, 1987), Maria Laet (Brasil, 1982), Nelson Felix (Brasil, 1954), Tamar Guimarães (Brasil, 1967) e Vânia Mignone (Brasil, 1967).

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